A revista em quadrinhos “Battle Royale”, inspirada no filme japonês homônimo, chega nas bancas brasileiras

(dica reproduzida do fanzine “Direitinho”, número 3, Dezembro de 2006, editado por José Salles)

Chega nas bancas brasileiras o mangá para adultos “Battle Royale”, inspirado no livro de Koushun Takami, mas principalmente no filme baseado nele. Infelizmente não posso comentar sobre o livro, mas após a leitura da primeira parte da edição em quadrinhos, ficou óbvio que o filme (que vi há uns dois anos atrás e que na ocasião me deixou bem impressionado) é uma adaptação muito fraca da HQ (e muito provavelmente também do livro). O filme, que é considerado barra-pesada, parece um conto-de-fadas diante do que há no gibi. “Battle Royale” narra eventos num futuro (nem tão futuro assim...) onde um país chamado “Grande República do Leste Asiático” na verdade é uma tirania autoritária que traiçoeiramente obriga alunos colegiais a participar de um sangrento e mortífero programa televisivo. Os quadrinhos mostram só violência, o roteiro é mesmo apaixonante especialmente nas lembranças em “flashback” dos personagens juvenis, episódios narrados por vezes com tocante sensibilidade e lirismo. “Battle Royale” é uma metáfora política de muito impacto. Tanto que o próprio Masayuki Taguchi, o deslumbrante ilustrador desta HQ, quem avisa: “Apatia, desinteresse, irresponsabilidade... a cada dia mais pessoas estão indiferentes ao que acontece com os outros ao seu redor. Não é só na Grande República do Leste Asiático... está em andamento aqui no Japão também!”... e em outros países, meu caro... (José Salles)